11.º ano

"A Filosofia vai ao Cinema"



Descrição e interpretação da atividade cognoscitiva 

Objetivos gerais do Programa

        Definir em que consiste a atividade cognoscitiva.

       Descrever a relação sujeito-objeto no ato de conhecer.

       Indicar diversos tipos de conhecimento.

       Caraterizar e avaliar a definição de conhecimento como crença verdadeira justificada.

       Confrontar duas teorias explicativas do conhecimento (racionalismo e empirismo).

       Discutir os problemas da origem, natureza e possibilidade do conhecimento.

Filme 1


 Relação do filme com a temática filosófica


O filme apresenta uma perspetiva interessante sobre o problema do conhecimento ao estabelecer uma separação entre a realidade aparente e a realidade do «matrix» – uma realidade virtual – bem ao jeito da «Alegoriada Caverna» de Platão, que afirmava a existência de um mundo sensível e outro inteligível, este último aquele onde residiria o verdadeiro conhecimento.


Thomas Anderson, um jovem programador informático, desencantado com a sua vida rotineira e desinteressante, é desafiado, após ser atormentado por estranhos pesadelos, a entrar no mundo do «matrix» a fim de conhecer a verdadeira realidade e de que forma ela interfere ou mesmo determina a «vida real», ou então a permanecer no mundo sensível, das aparências e das ilusões.

A condição desta escolha ser irreversível constitui, a partir daqui, o ponto de partida para a abordagem de  alguns temas da filosofia do conhecimento, nomeadamente a relação entre sujeito e objeto, a distinção entre realidade e aparência, o conhecimento enquanto crença verdadeira justificada e os problemas das fontes e limites do conhecimento

No filme Matrix, a hipótese cartesiana do génio maligno está tão bem retratada sob a forma das máquinas, que até podíamos considerá-las como sendo o “génio maligno do século XXI”. (Tema para reflexão e debate em contexto de sala de aula).



A hipótese do génio maligno, também designada por “dúvida hiperbólica”, por ser uma hipótese bastante exagerada, foi imaginada por René Descartes, filósofo do século XVII, e diz que pode existir um ser semelhante a Deus, mas perverso e maldoso, que nos manipula, nos ilude e nos engana em relação ao que acreditamos ser verdade, podendo tudo ser apenas uma espécie de “realidade virtual”.

Esta hipótese foi proposta por Descartes quando este começou a pôr tudo em causa, utilizado a sua dúvida como método para chegar a uma verdade absoluta (o cogito) e provar que existe conhecimento, e assim conseguir refutar a tese do cepticismo, que diz que não existem verdades absolutas e, consequentemente, não há conhecimento.

No filme Matrix, com exceção de um pequeno grupo de humanos livres que vivem no mundo real, aproximadamente no ano de 2199, todos os outros humanos do mundo estão a viver numa realidade virtual, que julgam ser o mundo real, através de um programa de computador, o Matrix, ao qual estão ligados através das máquinas sem qualquer hipótese de escolha, tal como na hipótese de Descartes do génio maligno.

O pequeno grupo livre, cujo objetivo é ganhar a guerra entre os humanos e as máquinas, para poderem libertar o resto da humanidade, é constituído por pessoas que sobreviveram às máquinas e por outras que viviam na realidade virtual, mas que, por desconfiarem que a Matrix existia, foram “desligadas” das máquinas e trazidas para o mundo real. Foi desta forma que Neo, o protagonista do filme, foi trazido para a realidade:

Neo: “Neste momento estamos dentro de um programa de computador?”

Morpheus: “É assim tão difícil de acreditar?”

Em relação ao problema da realidade,  Matrix  conjuga a realidade real com a realidade virtual, mas neste filme é possível aos personagens, que não estão ligados às máquinas, perceberem se estão na realidade real ou  na realidade virtual, pois eles é que escolhem o momento em que querem entrar na Matrix. 

Quanto ao problema da liberdade, só uma pequena minoria da humanidade é livre, todos os outros estão presos às máquinas sem poderem sair de lá.

O filme retrata o problema da realidade, pois apresenta momentos da realidade “real” e da realidade “virtual”, embora em Matrix os personagens consigam distinguir as realidades.

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